O que é o pecado? É uma ofensa a Deus.
Se desobedece aos santos desejos de Deus, e se obedece às
vontades da Carne, do demônio, do mundo. O pecado nos faz calcar os Mandamentos
de Deus e nos faz amar as vontades dos nossos instintos e das nossas paixões.
O pecado traz desordem, desequilíbrio, ruína, no homem e nas
coisas, embora o pecador se iluda em achar que o pecado é um bem.
Basta pensar no primeiro pecado, aquele de Adão e Eva. Atrás
da sedução de se tornar “como Deus” o pecado trouxe a ruína a toda a humanidade
e a toda a criação (Gn 3).
Por que o dilúvio na terra? Por causa do pecado (Gn 6 e 7).
Por que Sodoma e Gomorra foram incineradas? Pelo pecado (Gn
1, 1-29).
Por que Tiro, Sidon, Corozain, Carfanaum e Jerusalém foram
destruídas? Pelo pecado.
Por que as guerras e as devastações entre os povos?
Por que tantas famílias “são” um inferno?
Por que tem tantos homens que vão para o inferno? Pelo
pecado.
Tinham razão alguns Santos em tremer só de ouvir pronunciar
a palavra pecado.
O pecado mortal
O pecado é mortal, se a ofensa a Deus é grave; é venial, se
a ofensa a
Deus é leve.
A maior desgraça que pode acontecer aos homens é aquela de
cometer um pecado mortal. São Pio de Pietrelcina usava exclamar “desgraçado”, a
quem se acusava de uma culpa mortal. Nenhuma desgraça é comparável ao pecado
mortal. Antes, seria preferível qualquer outra desgraça.
Escreveu São Cipriano: “observa os danos que causa a saraiva
às sementeiras, a pestilência aos armentos e aos homens, o vento aos navios...
Eles não são mais que uma lânguida figura dos danos que o pecado traz à nossa
alma: ele destrói todos os frutos das boas obras, corrompe todas as nossas
faculdades e guia o homem à morte certa”.
Por isso, fazia muito bem o pequeno e corajoso São Domingos
Sávio, a sustentar a sua linda máxima: “A morte, mas não o pecado”.
A morte, de fato, é só uma coisa física que reduz o corpo do
homem em cadáver. O pecado, ao contrário, é um fato espiritual que reduz a alma
do homem a um cadáver, enquanto este não recuperar a graça do Sacramento da
Confissão. Um cristão com a alma de cadáver: eis a monstruosidade do pecado
mortal.
É assustador...
Para melhor compreender a monstruosidade do pecado mortal, é
necessário olhar o calvário. O pecado do mundo fez de Jesus “o homem das dores”
(Is 53,3), custou a morte de Jesus (1 Pd 1,19; Ap 5,9), “transpassou a alma”de
Nossa Senhora (Lc 2,35). E quem comete novamente pecado mortal “crucifica de
novo o filho de Deus no próprio coração” (Hb 6,6).
Por isso, o pecado mortal faz perder a alma, a vida
sobrenatural, ou seja, a graça divina, lhe faz perder os méritos e as virtudes
infusas, deixando-lhe só a fé e a esperança; enfim, lhe rouba a semelhança com
Jesus lhe imprime a imagem do demônio. É horrível! Tinha razão Santa Tereza de
Ávila em dizer lhe que a visão de uma alma em pecado mortal a assustou ao ponto
de suplicar a Deus e de intorrompê-la.
Mas quantos são os cristãos em pecado mortal, que se dão
conta de possuir uma alma cadáver e de se parecer com o demônio? E como podem
crer de amar a Deus, de amar Maria, se com o pecado se demonstram “odiadores de
Deus” (Rm 1,30) e “transpassam a alma” de Nossa Senhora? (Lc 2,35).
O pecado venial
Não se pode deixar-se enganar. O pecado venial ofende a Deus
e arruína o homem, embora não provoque os efeitos desastrosos do pecado mortal.
De fato, Santa Catarina de Sena dizia de si: “queria estar
antes no inferno sem pecado, que achar-me no céu manchada de coisa levíssima
que magoe o Senhor”... Como faremos nós se nos manchamos todos os dias de
culpas veniais com tanta superficialidade? Sabemos tomar cuidado para evitar
qualquer mal estar físico (até um resfriado) e, no entanto não nos curamos das
doenças espirituais (impaciências, mentiras, negligências) que ofende a Deus e
deformam a alma.
Um dia, Santa Francisca de Chantal quis colocar com as suas
mãos o cadáver de um leproso no caixão. Alguém tentou impedí-la, com medo do
contágio da lepra. Mas a santa disse com decisão: “não temo outra lepra que o
pecado!” Aprendamos.
A pequena Jacinta
A menor dos três pastorzinhos de Fátima, Jacinta, foi mais
ardente vitima pelos pecadores. Ficou sendo para ela uma paixão: salvar os
pecadores do inferno, oferecendo sacrifício de toda espécie. E andava atenta a
sacrificar-se com empenho sempre novo.
Encontrava pelas ruas os pobres e lhes dava a sua merenda,
ficando de jejum até a noite; tinha uma sede ardente no mês de Agosto, e
renunciava em beber a todos os custos; o irmão Francisco recolhia bolotas mais
doces de uma arvore e lhe pedia as mais amargas para oferecer um sacrifício;
tinha dor de cabeça e o barulho das rãs a incomodava, mais ela impedia ao irmão
de afugentá-las, para oferecer mais um sacrifício. Devemos aprender desta
menina a escutar os pedidos de Nossa Senhora sobre a necessidade de salvar os
pecadores do inferno, colaborando na conversão deles, com a oração e a
penitência.
Votos:
- Repetir com freqüência a máxima de São Domingos: “antes
morrer que pecar”
- Todas as noites dizer um ato de dor pelo perdão dos pecado
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