Pular para o conteúdo principal

Votar em pessoas que sejam dignas dos cargos e funções, indica cardeal

Ano de eleições é sempre muito importante, comenta Dom Geraldo Agnelo

SALVADOR, terça-feira, 3 de agosto de 2010 (ZENIT.org) – O arcebispo de Salvador, cardeal Geraldo Agnelo, indica que os eleitores tenham responsabilidade para votar “em pessoas que sejam dignas” dos cargos e funções que serão preenchidos a partir do pleito de outubro no Brasil.
“Faltam poucos dias para as eleições. Momento de grande responsabilidade para o exercício da democracia e do dever da cidadania”, afirma o cardeal, em artigo enviado a ZENIT nessa segunda-feira.
Segundo Dom Geraldo Agnelo, todos os cidadãos “têm o dever de tomar parte na atividade política, entendida como serviço ao bem comum. A autoridade pública tem o dever de guiar e coordenar, respeitando os direitos das pessoas e das comunidades intermédias”.
“Infelizmente – afirma o arcebispo –, muitos desconfiam da política, preferindo manter-se à distância. Outros entram nela para fortalecer interesses pessoais ou de grupo. Outros, por fim, fazem disso uma espécie de messianismo, por pretender libertar o homem de todos os males.”
O cardeal explica que a Igreja “tem em alta estima a genuína ação política; diz que é ‘digna de louvor e de consideração’ e aponta-a como ‘forma exigente de caridade’”.
“Reconhece que a necessidade de uma comunidade política e de uma autoridade pública está inscrita na natureza social do homem, e, por isso, deriva da vontade de Deus. Por outro lado, mostra os limites da política e vela por que não se torne açambarcadora ou até totalitária.”
De acordo com o arcebispo de Salvador, o Estado “assume um rosto demoníaco quando, esquecido do seu papel subsidiário de serviço, se torna totalitário e toma o lugar de Deus. Em situações semelhantes, os cristãos têm o dever de resistir”.
Dom Geraldo Agnelo explica que, segundo a doutrina da Igreja, a ação política autêntica é serviço para o bem comum, com transparência e competência.
“Os cidadãos são, ao mesmo tempo, destinatários e protagonistas da política. Têm o direito-dever de aprovar o sistema político, de eleger os governantes e de controlar o seu trabalho. Inseridos nas comunidades intermédias e nas associações, participam na gestão de numerosos serviços especialmente nos setores da educação, da cultura, da saúde, da assistência e promoção humana.”
Este ano de 2010 “é muito importante”, afirma o arcebispo, recordando a eleição de presidente da república, governadores, senadores, deputados federais e estaduais.
“Nós, os eleitores, teremos a responsabilidade de votar em pessoas que sejam dignas desses cargos e funções. Um voto dado irresponsavelmente, quem vai sofrer é o povo”, afirma.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SOBRE O ALIMENTO ESPIRITUAL

A compreensão antecede a prática. Mesmo a experimentação parte de uma hipótese, que é uma possibilidade de compreensão. O experimento é o teste para confirmar ou impugnar uma ideia prévia. Também o ato instintivo parte da compreensão inconsciente de que algo é vital ou fatal para o sujeito disparando um mecanismo automático de desejo ou repulsa. Dito isso, entro na questão que interessa: a vida espiritual. Trata-se de um dos temas mais incompreendidos da face da terra. Daí a abundância de falsos profetas e de tantas almas perdidas na confusão da contemporaneidade. E se não a compreendemos, quanto mais incapazes somos de a viver plenamente. Eu próprio não a vivo, mas enfrento a dificuldade extrema de buscar compreendê-la e o que vou expor abaixo é apenas uma pífia tentativa de organizar o resultado de alguns anos de estudo e prática, que mal toca a circunferência desse círculo de infinitas possibilidades. O homem é um organismo psicofísico. De um lado tem um corpo que absorve o

A ALMA TERÁS, SENHORA, TRESPASSADA

Há certas obviedades que se tornam esquecidas em tempos sombrios. O fundamento ou fato inaugural da Igreja Católica é a Encarnação, Vida Miraculosa, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem, conforme consta no Ato de Fé dos católicos. O óbvio dessa questão basilar do Catolicismo é que esse fato inaugural é o modelo supremo para a vida do cristão. Houve uma época, quando a Igreja Católica tinha autoridade plena sobre as consciências, em que as cenas essenciais da História do Messias estavam disponíveis para todas as mentes e por meio de todos os sentidos, na alimentação e jejum, na arquitetura e nas artes visuais, na música, no incenso e na aromática da natureza e por toda a textura da realidade mesma. Com tantos elementos simbólicos no imaginário era possível - ou pelo menos mais fácil - ser um bom cristão e até mesmo um santo, como os tantos produzidos no passado. Hoje é diferente. Essas cenas quase desapareceram do imaginário e o resultad

A raiz do pecado

1488.  Aos olhos da fé, não existe mal mais grave do que o pecado; nada tem piores consequências para os próprios pecadores, para a Igreja e para todo o mundo. 1853.  Os pecados podem distinguir-se segundo o seu objeto, como todo o ato humano; ou segundo as virtudes a que se opõem; por excesso ou por defeito; ou segundo os mandamentos que violam. Também podem agrupar-se segundo outros critérios: os que dizem respeito a Deus, ao próximo, à própria pessoa do pecador; pecados espirituais e carnais: ou, ainda, pecados por pensamentos, palavras, obras ou omissões. A raiz do pecado está no coração do homem, na sua vontade livre, conforme o ensinamento do Senhor: «do coração é que provêm pensamentos malévolos, assassínios, adultérios, fornicações, roubos, falsos testemunhos, maledicências – coisas que tornam o homem impuro» (Mt 15, 19). Mas é também no coração que reside a caridade, princípio das obras boas e puras, que o pecado ofende. O assunto é quase proibido, mas o mundo pad