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SOBRE O ALIMENTO ESPIRITUAL

A compreensão antecede a prática. Mesmo a experimentação parte de uma hipótese, que é uma possibilidade de compreensão. O experimento é o teste para confirmar ou impugnar uma ideia prévia. Também o ato instintivo parte da compreensão inconsciente de que algo é vital ou fatal para o sujeito disparando um mecanismo automático de desejo ou repulsa. Dito isso, entro na questão que interessa: a vida espiritual. Trata-se de um dos temas mais incompreendidos da face da terra. Daí a abundância de falsos profetas e de tantas almas perdidas na confusão da contemporaneidade. E se não a compreendemos, quanto mais incapazes somos de a viver plenamente. Eu próprio não a vivo, mas enfrento a dificuldade extrema de buscar compreendê-la e o que vou expor abaixo é apenas uma pífia tentativa de organizar o resultado de alguns anos de estudo e prática, que mal toca a circunferência desse círculo de infinitas possibilidades. O homem é um organismo psicofísico. De um lado tem um corpo que absorve o
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A ALMA TERÁS, SENHORA, TRESPASSADA

Há certas obviedades que se tornam esquecidas em tempos sombrios. O fundamento ou fato inaugural da Igreja Católica é a Encarnação, Vida Miraculosa, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem, conforme consta no Ato de Fé dos católicos. O óbvio dessa questão basilar do Catolicismo é que esse fato inaugural é o modelo supremo para a vida do cristão. Houve uma época, quando a Igreja Católica tinha autoridade plena sobre as consciências, em que as cenas essenciais da História do Messias estavam disponíveis para todas as mentes e por meio de todos os sentidos, na alimentação e jejum, na arquitetura e nas artes visuais, na música, no incenso e na aromática da natureza e por toda a textura da realidade mesma. Com tantos elementos simbólicos no imaginário era possível - ou pelo menos mais fácil - ser um bom cristão e até mesmo um santo, como os tantos produzidos no passado. Hoje é diferente. Essas cenas quase desapareceram do imaginário e o resultad

A raiz do pecado

1488.  Aos olhos da fé, não existe mal mais grave do que o pecado; nada tem piores consequências para os próprios pecadores, para a Igreja e para todo o mundo. 1853.  Os pecados podem distinguir-se segundo o seu objeto, como todo o ato humano; ou segundo as virtudes a que se opõem; por excesso ou por defeito; ou segundo os mandamentos que violam. Também podem agrupar-se segundo outros critérios: os que dizem respeito a Deus, ao próximo, à própria pessoa do pecador; pecados espirituais e carnais: ou, ainda, pecados por pensamentos, palavras, obras ou omissões. A raiz do pecado está no coração do homem, na sua vontade livre, conforme o ensinamento do Senhor: «do coração é que provêm pensamentos malévolos, assassínios, adultérios, fornicações, roubos, falsos testemunhos, maledicências – coisas que tornam o homem impuro» (Mt 15, 19). Mas é também no coração que reside a caridade, princípio das obras boas e puras, que o pecado ofende. O assunto é quase proibido, mas o mundo pad