
Café coado, oração filtrada Hoje, enquanto passava o café, me ocorreu algo simples, mas profundo: o filtro do papel retém o que não serve para beber, assim como a humildade filtra o que não serve para a alma. Sem humildade, até mesmo a oração entorna vaidade. O Evangelho de hoje foi como aquele aroma que sobe da xícara quente: direto, discreto e necessário. Jesus não suaviza: alerta sobre a tentação de “ser visto” mesmo naquilo que é mais íntimo, como a esmola, o jejum e a oração. Tudo pode se tornar palco, inclusive o que era para ser altar. E quantas vezes, sem perceber, transformamos nossa espiritualidade numa vitrine? Mostramos frases piedosas, postamos preces elaboradas, corrigimos a teologia dos outros e, no entanto, estamos tão distantes do silêncio interior que é o único lugar onde Deus nos espera: “entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que está oculto” (Mt 6,6). 2. Saber muito não é rezar bem O capítulo 2 da Imitação de Cristo é quase um espelho...