“Eu não sou aquele que vós pensais, mas após mim virá
aquele de quem não sou digno de desatar o calçado”. Neste dia de São João Batista fica a pergunta para todos nós: se o santo não é digno de desatar as sandálias de Jesus, eu sou digno para quê? A resposta é óbvia: não sou digno para nada. Em tudo sou dependente e eterno devedor de Cristo. Se tenho alguma coisa a oferecer a Ele, são os meus pecados que precisam ser lavados todos os dias pelo seu sangue no memorial de sua paixão. A misericórdia, o amor, a generosidade, a bondade, a mansidão e todas as outras virtudes que possam transparecer em mim, não me pertencem, na verdade é o próprio Jesus na sua infinita misericórdia que se dignou a vivê-las neste poço de misérias. Jesus, quero todos dias endireitar as minhas veredas pela mensagem de conversão proclamada pelo seu primo João Batista. Só isto importa.
A compreensão antecede a prática. Mesmo a experimentação parte de uma hipótese, que é uma possibilidade de compreensão. O experimento é o teste para confirmar ou impugnar uma ideia prévia. Também o ato instintivo parte da compreensão inconsciente de que algo é vital ou fatal para o sujeito disparando um mecanismo automático de desejo ou repulsa. Dito isso, entro na questão que interessa: a vida espiritual. Trata-se de um dos temas mais incompreendidos da face da terra. Daí a abundância de falsos profetas e de tantas almas perdidas na confusão da contemporaneidade. E se não a compreendemos, quanto mais incapazes somos de a viver plenamente. Eu próprio não a vivo, mas enfrento a dificuldade extrema de buscar compreendê-la e o que vou expor abaixo é apenas uma pífia tentativa de organizar o resultado de alguns anos de estudo e prática, que mal toca a circunferência desse círculo de infinitas possibilidades. O homem é um organismo psicofísico. De um lado tem um corpo que absorve o...
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